Economia

14 out 16 | 14h44 Por Rádio Aliança

Petrobras aprova redução de preços de diesel e gasolina nas refinarias

Empresa aprova nova política de preços e fará avaliações mensais.

Petrobras aprova redução de preços de diesel e gasolina nas refinarias
Imprimir

A Petrobras informou nesta sexta-feira (14) que reduzirá o preço da gasolina e do diesel nas suas refinarias, pela primeira vez desde 2009. A diretoria executiva da companhia aprovou na véspera a implantação de uma nova política de preços para esses combustíveis, considerando o mercado internacional. O G1 havia antecipado que a queda ocorreria ainda neste ano.

 

A companhia decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15).
"Pode-se esperar um maior número de reajustes. A expectativa é que a gente possa fazer uma avaliação mais rápida dos nossos preços", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente.


Segundo a petroleira, se a redução aplicada na refinaria for integralmente repassada ao consumidor final, na bomba dos postos, o diesel pode cair 1,8%, ou R$ 0,05 por litro. Já a gasolina pode cair 1,4%, ou R$ 0,05 por litro.


"Commodities são precificadas pelo mercado. Nós vamos nos referenciar pelo preço de mercado", disse o diretor de refino e gás natural, Jorge Celestino, ao explicar a base da nova política de preços.


De acordo com comunicado da Petrobras, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão considerou "o crescente volume de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados".


Avaliação mensal de preços

Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Ivan Monteiro, essa nova política não altera em nada a meta da companhia. Pode acarretar uma queda de receita, mas, como um todo, não vai impactar o planejamento estratégico, diz ele.


Durante a coletiva de imprensa, Pedro Parente destacou que serão realizadas reuniões mensais para avaliar os preços, com resultados divulgados à imprensa e por meio dos canais de relacionamento da companhia. Ou seja, a empresa poderá anunciar reajustes de preços de acordo com o comportamento dos preços internacionais de combustíveis. "Isso tudo tem o objetivo de levar para a sociedade e para o mercado a transparência que se espera", disse o presidente da Petrobras.


Segundo cálculos da Tendência Consultoria, o barril de petróleo do tipo Brent, referência global, teria que bater US$ 58 para que a gasolina no Brasil fosse negociada pelo mesmo valor de referência no exterior. No caso do diesel, o petróleo teria que estar cotado acima de US$ 66 o barril. Na vépera, o Brent fechou a US$ 52,03 o barril.


Na bomba dos postos

O presidente do sindicato dos donos de postos de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, calcula que os postos começarão a repassar a redução do preço da gasolina e diesel a partir de segunda-feira (17).


"Nós temos os tanques bem abastecidos para atender o final de semana. E qualquer produto que chegar na segunda-feira já vem com o preço novo”, explica.

 

Segundo ele, mesmo que algum posto permaneça com os tanques cheios na segunda-feira, ao ver que outros postos estão reduzindo o preço, eles preferirão perder dinheiro a perder o cliente.

 

“A partir de segunda ou terça alguns postos já começam a ter redução pro consumidor pra competir com o mercado, e o consumidor com certeza vai pagar menos. Assim, os donos de postos também ganham novos clientes”, diz.


Gouveia ressalta que a redução do preço é na gasolina A, e não inclui a carga de impostos nem o etanol anidro, que chega a 27% na mistura.

 

Por isso, ele preferiu não fazer uma previsão de quanto seria a redução em centavos por litro de gasolina e diesel.


Gasolina mais cara no Brasil

O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras está atualmente cerca de 15% acima da média dos preços no exterior e já são 13 meses seguidos de gasolina bem mais cara no Brasil, segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).


A alta dos preços do petróleo no mercado global nas últimas semanas, com o barril se mantendo acima de US$ 50, reduziu os ganhos da Petrobras com a venda de gasolina e diesel no Brasil. Pelos cálculos do CBIE, com a redução de preços anunciada nesta sexta-feira, a diferença entre o preço da gasolina nas refinarias nacionais e os de referência global se aproxima de 12%.

 

Risco de reajuste no curto prazo

Para o sócio-diretor do CBIE, Adriano Pires, a Petrobras deveria ter esperado a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), marcada para novembro, uma vez que uma alta do preço do barril de petróleo para patamares mais próximos de US$ 60 podem obrigar a companhia a ter que anunciar um reajuste nos preços da gasolina e do diesel.


"A Petrobras não deveria reduzir os preços neste momento. De 3 semanas para cá o barril de tem subido muito, e a principal explicação é a expectativa em relação á reunião da Opep. Se houver um consenso sobre redução de produção e o barril chegar a US$ 55, dependendo do câmbio, a Petrobras pode ser obrigada a aumentar os preços da gasolina e do diesel", afirma o analista.


O último aumento nos preços dos combustíveis nas refinarias tinha sido anunciado pela Petrobras em setembro do ano passado: 6% para a gasolina e 4% para o diesel.


Desde então, a Petrobras vinha obtendo elevada margem de lucro com a venda de combustíveis, permitindo à empresa recuperar parte das perdas que teve no período em que o governo a obrigou a manter os preços artificialmente represados.


Pelos cálculos do CBIE, as diferenças de preços proporcionaram para a Petrobras, somente entre janeiro e julho, um ganho potencial de cerca de R$ 15 bilhões – R$ 11,8 bilhões com a gasolina e R$ 3,2 com o diesel.

 

Sem interferência do governo

Em junho, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não iria interferir nas decisões da estatal envolvendo reajuste no preço dos combustíveis no Brasil. De acordo com ele, essa seria uma decisão "empresarial".


Em abril, a Petrobras informou que "não havia previsão", naquele momento, de reajuste nos preços de comercialização de gasolina e diesel, em meio a expectativas do mercado de que uma redução seria anunciada.


Na época, analistas afirmaram que uma redução nos preços dos combustíveis seria muito negativa para a Petrobras, uma vez que aumentaria a pressão sobre o fluxo de caixa da estatal, que busca se recuperar de prejuízo de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre.


O governo da ex-presidente, Dilma Rousseff, sofreu críticas no passado por segurar aumento do preço dos combustíveis em momentos de valorização do petróleo no exterior – os preços aqui seguem cotações internacionais.


Segundo os críticos, a medida trouxe prejuízos à Petrobras de cerca de US$ 40 bilhões no acumulado desde 2010. O governo, porém, alegava que essa política evitava oscilações prejudiciais aos consumidores e auxiliava no controle da inflação.


A definição de uma nova política de preços baseada na paridade internacional é bem vista pelo mercado. Para analistas do setor, trata-se de um avanço na administração da Petrobras, e a maior previsibilidade tende a valorizar os ativos que a Petrobras está colocando à venda.


O novo plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar US$ 19,5 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018, além dos US$ 15,1 bilhões projetados em vendas de ativos entre 2015-2016.


Perto das 11h30, as ações preferenciais da petrobras tinham alta de 2,47%, enquanto o Ibovespa avançava 1,41%.

 

Fonte: G1

14 out 16 | 14h44 Por Rádio Aliança

Petrobras aprova redução de preços de diesel e gasolina nas refinarias

Empresa aprova nova política de preços e fará avaliações mensais.

Petrobras aprova redução de preços de diesel e gasolina nas refinarias

A Petrobras informou nesta sexta-feira (14) que reduzirá o preço da gasolina e do diesel nas suas refinarias, pela primeira vez desde 2009. A diretoria executiva da companhia aprovou na véspera a implantação de uma nova política de preços para esses combustíveis, considerando o mercado internacional. O G1 havia antecipado que a queda ocorreria ainda neste ano.

 

A companhia decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15).
"Pode-se esperar um maior número de reajustes. A expectativa é que a gente possa fazer uma avaliação mais rápida dos nossos preços", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente.


Segundo a petroleira, se a redução aplicada na refinaria for integralmente repassada ao consumidor final, na bomba dos postos, o diesel pode cair 1,8%, ou R$ 0,05 por litro. Já a gasolina pode cair 1,4%, ou R$ 0,05 por litro.


"Commodities são precificadas pelo mercado. Nós vamos nos referenciar pelo preço de mercado", disse o diretor de refino e gás natural, Jorge Celestino, ao explicar a base da nova política de preços.


De acordo com comunicado da Petrobras, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão considerou "o crescente volume de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados".


Avaliação mensal de preços

Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Ivan Monteiro, essa nova política não altera em nada a meta da companhia. Pode acarretar uma queda de receita, mas, como um todo, não vai impactar o planejamento estratégico, diz ele.


Durante a coletiva de imprensa, Pedro Parente destacou que serão realizadas reuniões mensais para avaliar os preços, com resultados divulgados à imprensa e por meio dos canais de relacionamento da companhia. Ou seja, a empresa poderá anunciar reajustes de preços de acordo com o comportamento dos preços internacionais de combustíveis. "Isso tudo tem o objetivo de levar para a sociedade e para o mercado a transparência que se espera", disse o presidente da Petrobras.


Segundo cálculos da Tendência Consultoria, o barril de petróleo do tipo Brent, referência global, teria que bater US$ 58 para que a gasolina no Brasil fosse negociada pelo mesmo valor de referência no exterior. No caso do diesel, o petróleo teria que estar cotado acima de US$ 66 o barril. Na vépera, o Brent fechou a US$ 52,03 o barril.


Na bomba dos postos

O presidente do sindicato dos donos de postos de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, calcula que os postos começarão a repassar a redução do preço da gasolina e diesel a partir de segunda-feira (17).


"Nós temos os tanques bem abastecidos para atender o final de semana. E qualquer produto que chegar na segunda-feira já vem com o preço novo”, explica.

 

Segundo ele, mesmo que algum posto permaneça com os tanques cheios na segunda-feira, ao ver que outros postos estão reduzindo o preço, eles preferirão perder dinheiro a perder o cliente.

 

“A partir de segunda ou terça alguns postos já começam a ter redução pro consumidor pra competir com o mercado, e o consumidor com certeza vai pagar menos. Assim, os donos de postos também ganham novos clientes”, diz.


Gouveia ressalta que a redução do preço é na gasolina A, e não inclui a carga de impostos nem o etanol anidro, que chega a 27% na mistura.

 

Por isso, ele preferiu não fazer uma previsão de quanto seria a redução em centavos por litro de gasolina e diesel.


Gasolina mais cara no Brasil

O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras está atualmente cerca de 15% acima da média dos preços no exterior e já são 13 meses seguidos de gasolina bem mais cara no Brasil, segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).


A alta dos preços do petróleo no mercado global nas últimas semanas, com o barril se mantendo acima de US$ 50, reduziu os ganhos da Petrobras com a venda de gasolina e diesel no Brasil. Pelos cálculos do CBIE, com a redução de preços anunciada nesta sexta-feira, a diferença entre o preço da gasolina nas refinarias nacionais e os de referência global se aproxima de 12%.

 

Risco de reajuste no curto prazo

Para o sócio-diretor do CBIE, Adriano Pires, a Petrobras deveria ter esperado a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), marcada para novembro, uma vez que uma alta do preço do barril de petróleo para patamares mais próximos de US$ 60 podem obrigar a companhia a ter que anunciar um reajuste nos preços da gasolina e do diesel.


"A Petrobras não deveria reduzir os preços neste momento. De 3 semanas para cá o barril de tem subido muito, e a principal explicação é a expectativa em relação á reunião da Opep. Se houver um consenso sobre redução de produção e o barril chegar a US$ 55, dependendo do câmbio, a Petrobras pode ser obrigada a aumentar os preços da gasolina e do diesel", afirma o analista.


O último aumento nos preços dos combustíveis nas refinarias tinha sido anunciado pela Petrobras em setembro do ano passado: 6% para a gasolina e 4% para o diesel.


Desde então, a Petrobras vinha obtendo elevada margem de lucro com a venda de combustíveis, permitindo à empresa recuperar parte das perdas que teve no período em que o governo a obrigou a manter os preços artificialmente represados.


Pelos cálculos do CBIE, as diferenças de preços proporcionaram para a Petrobras, somente entre janeiro e julho, um ganho potencial de cerca de R$ 15 bilhões – R$ 11,8 bilhões com a gasolina e R$ 3,2 com o diesel.

 

Sem interferência do governo

Em junho, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não iria interferir nas decisões da estatal envolvendo reajuste no preço dos combustíveis no Brasil. De acordo com ele, essa seria uma decisão "empresarial".


Em abril, a Petrobras informou que "não havia previsão", naquele momento, de reajuste nos preços de comercialização de gasolina e diesel, em meio a expectativas do mercado de que uma redução seria anunciada.


Na época, analistas afirmaram que uma redução nos preços dos combustíveis seria muito negativa para a Petrobras, uma vez que aumentaria a pressão sobre o fluxo de caixa da estatal, que busca se recuperar de prejuízo de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre.


O governo da ex-presidente, Dilma Rousseff, sofreu críticas no passado por segurar aumento do preço dos combustíveis em momentos de valorização do petróleo no exterior – os preços aqui seguem cotações internacionais.


Segundo os críticos, a medida trouxe prejuízos à Petrobras de cerca de US$ 40 bilhões no acumulado desde 2010. O governo, porém, alegava que essa política evitava oscilações prejudiciais aos consumidores e auxiliava no controle da inflação.


A definição de uma nova política de preços baseada na paridade internacional é bem vista pelo mercado. Para analistas do setor, trata-se de um avanço na administração da Petrobras, e a maior previsibilidade tende a valorizar os ativos que a Petrobras está colocando à venda.


O novo plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar US$ 19,5 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018, além dos US$ 15,1 bilhões projetados em vendas de ativos entre 2015-2016.


Perto das 11h30, as ações preferenciais da petrobras tinham alta de 2,47%, enquanto o Ibovespa avançava 1,41%.

 

Fonte: G1